Bolo envenenado: sogra revela passo a passo do preparo em depoimento
CNN obtém depoimento de Zeli dos Anjos, que diz ter feito o bolo no dia 23 de dezembro e ter achado “a farinha estranha”
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Veja envolvidos em tragédia familiar no RS
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Bolo envenenado em Torres, no Rio Grande do Sul • Reprodução
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Ordem das imagens: a suspeita Deise Moura dos Anjos (de branco), o sogro Paulo Luiz dos anjos (de cinza), Tatiana Denise dos Anjos (marrom) e a sogra Zeli dos Anjos (de rosa) • Reprodução
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Bolo envenenado: acusada (Deise Moura dos Anjos) tentou cremar corpo de sogro (Paulo Luiz dos Anjos) para esconder vestígios do crime antes do bolo envenenado • Reprodução
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Maida Berenice da Silva, Neuza Denise dos Anjos (centro) e Tatiana Denise dos Anjos, vítimas do bolo envenenado • Redes Sociais
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Foto mostra nora e sogra juntas em 2021. Deise tinha como principal alvo a sogra Zeli • Reprodução/Redes sociais
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Coletiva da polícia sobre o caso do bolo envenenado • Reprodução
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Perícia faz análise dos ingredientes do bolo para encontrar o veneno • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Da esquerda para direita: Diego dos Anjos (marido de Deise e filho de Paulo e Zeli), Deise dos Anjos (nora), filho de Deise e Diego, Zeli dos Anjos (sogra) e Paulo Luiz dos Anjos (sogro)
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz trabalho para identificar veneno com exumação do corpo do sogro da acusada. Durante a exumação, no ato, são pelo menos 10 pessoas do IGP envolvidas • Sofia Villela/IGP/RS
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Bolo envenenado: após sogra sobreviver, suspeita tentou levar pastel para ela no hospital • Reprodução
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Scanner de corpos do Instituto Geral de Perícias, onde foi periciado o corpo de Paulo dos anjos, sogro de Deise, envenenado em setembro de 2024 • ASCOM/IGP
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Analise em laboratório dos alimentos entregues por Deise para sogra no hospital • Anelize Sampaio IGP/RS
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Alimentos entregues por Deise para sogra no hospital • ASCOM / IGP-RS
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Arte mostra quem é quem no caso do bolo envenenado • CNN
Em depoimento à Polícia Civil do Rio Grande do Sul, obtido pela CNN, Zeli dos Anjos, sogra de Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar a farinha de um bolo de reis que provocou três mortes em Torres (RS), contou o passo a passo do ocorrido.
Segundo a polícia, Deise colocou arsênio na farinha utilizada por Zeli. A sogra explicou no depoimento que decidiu fazer o bolo no dia 23 de dezembro.
“Primeiramente, não queria fazer, mas acabou fazendo porque recordava de Paulo [marido dela, que morreu, segundo a polícia, vítima de leite em pó envenenado por Deise]”, segundo consta no depoimento.
Zeli disse que não recordava se alguém a tinha incentivado a fazer o bolo.
Segundo a sogra, ela acordou no dia 23 e foi ao mercado comprar ingredientes que faltavam: açúcar mascavo, margarina, leite condensado, ovos e passas brancas.
Dos ingredientes que tinha em casa, Zeli afirmou no depoimento que “utilizou a farinha que estava embaixo da pia, passa pretas e frutas cristalizadas”. A sogra afirmou ainda que “esqueceu de colocar fermento no bolo”.
O glacê do bolo “foi feito com o açúcar que tinha em casa”. Durante o preparo, ela afirmou que “não experimentou a massa do bolo, nem sentiu odor diferente.
No entanto, Zeli disse que “achou a farinha estranha”. A sogra conta que “peneirou”, mas pensou que a farinha era de baixa qualidade por ser de doação e de uma marca desconhecida – a doação se refere à ajuda para vítimas de enchentes no RS.
O bolo foi preparado na residência da sogra, em Arroio do Sal. Ela foi para Torres por volta de 14 horas, onde mora Maida, sua irmã.
Zeli afirmou que o bolo começou a ser consumido por volta de 16h ou 17h. Ela acredita que “foi Tatiana” que pegou a primeira fatia.
Tatiana, sobrinha, foi uma das vítimas fatais do envenenamento, ao lado de Maida e Neuza, outra irmã de Zeli.
No depoimento, Zeli diz que Tatiana reclamou do bolo. “Dinda (referência a Zeli), não foi você que fez esse bolo? Está com um gosto estranho.”
Zeli diz que, quando comeu o bolo, “percebeu o gosto estranho, mandou que ninguém comesse o bolo”.
“Mesmo assim, Neuza pegou uma fatia pequena e comeu”, relatou a sogra no depoimento.
Maida foi uma das primeiras a apresentar sintomas, seguido por Mateus, sobrinho-neto.
Zeli também começou a sentir sintomas, e primeiro vomitou no tanque. “Declarou ainda sentir que iria ter uma diarreia e não conseguiu chegar no banheiro, defecando pela casa. Que não desmaiou, mas estava passando muito mal”.
A sogra ainda diz que não consegue recordar muito depois, e que foi socorrida pelo Samu até o hospital.
O sobrinho-neto e Zeli foram hospitalizados e receberam alta posteriormente.
Depoimento do filho
Também em depoimento, Diego, filho de Zeli, revelou uma briga com Deise um mês antes do ocorrido, sobre onde a sogra iria passar o Natal. “Deise queria que Zeli passasse o Natal com eles (ela, marido e filho), sendo que a sogra queria passar a data com as irmãs dela”, consta no depoimento.
A polícia também constatou que antes do bolo, Deise matou o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, também com arsênio, só que colocado no leite em pó.
A acusada foi presa em 5 de janeiro.
“Deise permanece recolhida com prisão temporária, a investigação segue, e conforme decisão judicial, ainda restam diligências a serem realizadas para a elucidação dos fatos no inquérito”, informou a defesa.